Jorginho: O Craque que Encantou e Fez História nos Campos de Valparaíso
Por Ary dos Reis - Jornalista
Era um tempo de chão batido, onde a poeira e o mato desenhavam as ruas do bairro Jardim Oriente, em Valparaíso de Goiás.
O passado se confundia com o presente, no suor e na determinação dos irmãos Arruda e do amigo Boró, os primeiros campos da cidade foram erguidos à força da enxada.
Os campos do Estrela e do União se tornaram palcos de sonhos, com traves improvisadas de madeira retirada dos matos abundantes da região.
Foi nesse cenário simples, mas grandioso, onde hoje se erguem os colégios Infantil e Arminda Matos, que nasceu a primeira escolinha de futebol da cidade: o União.
Criada pelos visionários irmãos Janjão e Domingão, sob o olhar atento do técnico Boró e do treinador Wildon, a escolinha transformou-se em um verdadeiro berço de talentos.
Entre os jovens prodígios da época que corriam atrás da bola, um nome começava a brilhar intensamente: Jorginho.
Franzino, mas com um brilho no olhar e um sorriso sempre presente, Jorginho era pura magia com a bola nos pés.
Um atacante nato, dono de dribles rápidos e mortais, que desconcertavam os adversários e arrancavam suspiros da torcida.
Seu talento era tão evidente que ele se tornava a joia mais cobiçada pelas equipes da época.
Se o destino lhe tivesse dado a oportunidade de um grande palco, sem dúvidas, ele teria escrito seu nome na história do futebol brasileiro.
Seu currículo ainda impressiona e causa admiração. Vestiu as camisas de times como Cid Ocidental, Olímpico Ocidental, Barcelona Ocidental, Estrela do Oriente, União e GG Valparaíso.
Também brilhou no Campinense e no Céu Azul, e teve a honra de ser convocado para defender as seleções de Valparaíso, Ocidental e Céu Azul.
Não bastasse, sagrou-se artilheiro em quatro edições de competições locais, deixando sua marca como um dos maiores goleadores da região.
Jorginho se emociona ao recordar sua trajetória e dedica conquistas à esposa Nice
Em entrevista ao jornalista Ary dos Reis, testemunha ocular de sua trajetória, Jorginho não conteve a emoção ao relembrar os grandes craques que marcaram sua caminhada no futebol amador. Nomes como Nêgo Vado (In memoriam), Jorge Gordo e Rogerinho Caçarola. Com a voz embargada, ele destacou que cada lembrança carrega o peso da história e da amizade construída dentro e fora de campo.
Mas foi ao falar de sua esposa, Nice, que o coração de Jorginho falou mais alto.
Há dez anos ao seu lado, ela tem sido seu alicerce nas vitórias e nos momentos difíceis.
“Nada seria possível sem ela. Nice é minha força, minha paz e minha inspiração”, declarou, emocionado.
Entre memórias e gratidão, Jorginho mostrou que, mais do que títulos, o que realmente marca uma trajetória é o amor e o apoio de quem caminha junto.
Com a voz embargada, ele também faz questão de homenagear aqueles que estiveram nos bastidores, mas foram essenciais em sua caminhada, como Janjão, Domingão e Boró.
Jorginho não foi apenas um jogador. Ele foi um símbolo. Um emblema de uma era em que o futebol era puro, movido por paixão e determinação.
Seu nome segue ecoando pelos campos de Valparaíso, inspirando novas gerações a acreditarem que, mesmo diante das dificuldades, o talento e o amor pelo jogo podem levar um sonhador a conquistar o impossível.
Valparaíso e entorno merecem ser lembrado. Empresários, atletas, dirigentes e colaboradores, juntem-se a nós e ajudem a preservar a história do esporte local. Cada apoio financeiro faz a diferença! chama: 61 99280-2005
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